quinta-feira, 30 de junho de 2011

O que acontece com nossos órgãos quando ficamos muitas horas sem comer?

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Primeira situação: após 3h de ingestão de carboidratos, proteínas e lipídios:

Carboidratos - No cérebro, o suprimento de glicose mantém a glicemia (normoglicemia).
Proteínas - Ocorre desaminação e transaminação do NH3, convertendo-o em glutamina ou arginina, pois se formasse amônia diretamente, intoxicaria o cérebro.



Carboidratos - No intestino, os carboidratos chegam como galactose, frutose, glicose e são absorvidos pela membrana borda em escova (MBE) com a presença de carreadores (proteínas), sódio e energia, que vão para o fígado via veia porta (normoglicemia).
Proteínas - Os carreadores auxiliam a passagem dos aminoácidos pela MBE com gasto de energia. Se não houver carreador específico ou a quantidade de carreadores existentes não der conta, o excesso de aminoácidos irá compor o bolo fecal para ser excretado.
Lipídios - Uma emulsão instável estimula produção de hormônios que diminuem sua passagem (enterogastrona) e estimulam a formação de micelas (colecistoquinina), se tornando estável para assim ser absorvida pela MBE e cair na corrente sanguínea.

Carboidratos – Via veia porta, a glicose chega no fígado e é fosforilada, transformando-se em glicose-6-fosfato para manter a glicemia e participar de vias anabólicas e catabólicas (glicogênese, gliconeogênese, glicólise etc.): normoglicemia.
Proteínas - Quando o aminoácido chega no fígado, é quebrado para seu carbono ir para biossíntese: ocorre desaminação e a transaminação, para constantes renovações celulares (pele, eritrócitos etc.). A piridoxina (vitamina B6) é responsável por esses dois processos.
Lipídios – chegam no fígado via veia porta, 90% dos sais biliares é reabsorvido pela circulação sanguínea e 10% é excretado via fezes.

Carboidratos – existência de glicose-6-fosfatase em quantidade ínfima, incapaz de desfosforilar quantidade de glicose suficiente para manter a glicemia.
Proteínas – a ureia é sintetizada pela amônia e eliminada pelos rins através da urina. Depende de uma boa hidratação para ser detoxificada.



Carboidratos – armazenamento de gordura sintetizada a partir da lipogênese (apenas se a ingesta de carboidratos for acima da necessidade diária).
Lipídios – isolante térmico, proteção de vísceras e fonte de energia.




Carboidratos – produção de glicogênio (glicogênese) com a presença da glicogeniossintase.
Proteínas - O NH3 é convertido em glutamina ou arginina por transaminação. As proteínas preservam os aminoácidos para a sua função anabólica.




Segunda situação: após 24h de jejum:

Carboidratos – quadro de hipoglicemia e glicólise para produção de ATP.
Lipídios – células começam a perder a deformabilidade, a resistência e a fluidez de sua membrana.





Carboidratos – glicólise para a produção de ATP (através do ciclo de krebs).
Proteínas – participação de aminoácidos glicogênicos para a gliconeogênese devido à baixa de carboidratos, para manter a glicemia.
Lipídios – redução da fluidez da membrana celular devido a um quadro inicial de hipolipidemia.

Carboidratos – Grande quantidade de glicose é desfosforilada para manter a glicemia. Ocorre glicólise para produção de ATP. Ocorre a glicogenólise. Via anabólica dos lipídios diminuída/ parada. Síntese de glicogênio é diminuída.
Proteínas – fazem gliconeogênese
Lipídios - fazem gliconeogênese. Começa a ocorrer instabilidade celular. Diminuição do HDL circulante, por falta da indução da atividade da lecitina-colesterol-acil-transferase (L-cat).


Carboidratos – quantidade maior que o normal de glicose é desfosforilada como tentativa de manutenção da glicemia e glicólise.
Proteínas – aumento da produção de ureia.





Carboidratos – glicólise.
Lipídios – gliconeogênese. Beta-oxidação.


Carboidratos – glicólise e glicogenólise.
Proteínas – são utilizadas para cetogênese (aminoácidos cetogênicos) e gliconeogênese (aminoácidos glicogênicos) e catabolização dos aminoácidos endógenos para manter o ciclo da ureia funcionando normalmente (perda de massa magra).



Terceira situação: após 72h de jejum:

Carboidratos – Quadros de hipoglicemia e hiponatrinemia. Ocorrem glicólise e gliconeogênese.
Proteínas – Aminoácidos fazem cetogênese e gliconeogênese.
Lipídios – Células começam a perder a deformabilidade, a resistência e a fluidez de sua membrana, dificultando o aporte de O2 para o cérebro.


Carboidratos – Quadro de hipoglicemia. Ocorrem glicólise e gliconeogênese.
Proteínas – Aminoácidos fazem cetogênese e gliconeogênese.
Lipídios – Células perdem a deformabilidade, a resistência e a fluidez de sua membrana, dificultando o aporte de O2 nos vasos sanguíneos de menor luz.



Carboidratos – Hipoglicemia. Ocorrem glicólise e gliconeogênese. Processo intenso de catabolismo. Ciclo de Cori e ciclo de krebs.
Proteínas – Aminoácidos fazem cetogênese e gliconeogênese. Alta produção de ureia.
Lipídios – Células perdem a deformabilidade, a resistência e a fluidez de sua membrana, dificultando o aporte de O2 nos vasos sanguíneos de menor luz. Início de quadro de hipovitaminose A, D, e E K.

Carboidratos – glicólise.
Proteínas – Alta excreção de ureia e produção de corpos cetônicos.
Lipídios – Células perdem a deformabilidade, a resistência e a fluidez de sua membrana, dificultando o aporte de O2 nos vasos sanguíneos de menor luz. Com a diminuição do percentual de gordura, a tendência é que a função de proteção que os lipídios exercem sobre as vísceras diminua, deixando o órgão menos protegido.

Carboidratos – Glicólise.
Lipídios – Beta-oxidação. Diminuição do percentual de gordura. Diminuição da capacidade antioxidante, acelerando a produção de radicais livres.




Carboidratos – Glicólise, gliconeogênese e glicogenólise.
Proteínas – Balanço nitrogenado negativo, perda de massa magra. Prejuízo na reparação do tecido muscular, devido à diminuição dos processos de desaminação e transaminação. Cetogênese (através dos aminoácidos cetogênicos) e gliconeogênese (através de aminoácidos glicogênicos).
Lipídios – Células perdem a deformabilidade, a resistência e a fluidez de sua membrana, dificultando o aporte de O2 nos músculos: fraqueza.

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