quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Aprendizagem Motora e Desenvolvimento Motor

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Livro: Aprendizagem e performance motora (Crag Wrisberg & Richard Schimidt).

         Exercícios
        
         Descrevendo neurofisiologicamente os principais sistemas sensoriais envolvidos no controle do movimento.
         São os sistemas: visual, vestibular e somato-sensorial.
         Visual – para uma recepção consciente da imagem visual, ela deve ser formada sobre a retina e transformada em impulsos nervosos, os quais são levados às áreas de projeção sensorial nos lobos occipitais. A regulação da quantidade de luz admitida, através da ação da íris, e o alinhamento dos eixos visuais dos dois olhos são reflexos associados com a acomodação. Assim, quando os olhos se acomodam para visão próxima, a lente torna-se mais convexa, os olhos convergem e as pupilas diminuem. A fotoquímica da visão das cores (visão diurna) envolve os cones; cada cone contém um pigmento diferente sensível às luzes vermelha, azul ou verde. A visão normal a cores depende da combinação das mesmas no córtex sensorial. O nervo óptico perfura a esclera no disco óptico para originar a lamina crivosa, e estende-se do disco ao quiasma óptico onde as fibras se cruzam parcialmente – fibras originadas do campo nasal de cada retina se cruzam; aquelas que vem do campo temporal não se cruzam. Visto que as fibras nervosas que nascem da metade nasal cruzam, os estímulos no campo visual esquerdo de ambos os olhos excitam o córtex visual direito. O contrario e verdadeiro para o campo visual direito para ambos os olhos.
         Vestibular – o labirinto ósseo é composto de uma serie de canais perfurados no osso temporal e está cheio de perilinfa; o labirinto membranoso está cheio de endolinfa (orelha interna). O utrículo e o sáculo contem receptores sensíveis a ação da gravidade e a aceleração linear e a desaceleração da cabeça, consistindo de pelos ultrafinos de células ciliadas projetando-se numa membrana gelatinosa contendo cristais de carbonato de cálcio. A ação gravitacional da membrana otoconial curva os pêlos, iniciando impulsos nervosos; a direção da inclinação variara com a posição da cabeça, informando ao encéfalo da orientação dessa cabeça. Na ampola, na base de cada um dos três ductos semicirculares (dentro de cada canal semicircular), ficam receptores para a aceleração angular e desaceleração, consistindo de uma membrana gelatinosa (cúpula) na qual os pelos das células ciliadas se projetam. Os pelos estão voltados na direção oposta aquela da rotação da cabeça e, voltando-se em direções especificas, tem um efeito excitatório ou inibitório sobre a atividade neural. As células ciliadas dos órgãos do equilíbrio sa inervadas por fibras do trato vestibular do VIII nervo craniano.
         Somato-sensorial – entre outros termos frequentemente encontrados em descrições de receptores sensoriais estão os seguintes: proprioceptores – receptores de vital importância para respostas posturais e locomotoras, incluindo receptores sinestésicos, o fuso muscular (receptor de adaptação lenta) e receptores de equilíbrio no ouvido interno. Somestésicos – receptores corporais gerais para sensações percebidas conscientemente. Exteroceptores – respondem a estímulos do meio externo, de uma distancia ou de uma superfície do corpo. Interoceptores – receptores que respondem a estímulos do meio interno, excluindo músculos, tendões e articulações. Os receptores sensoriais mais simples são as terminações nervosas livres – terminações periféricas indiferenciadas de fibras nervosas sensoriais. Um receptor e uma terminação periférica de um neurônio sensorial, ou uma estrutura ou órgão inervado por um neurônio sensorial, que e principalmente sensitivo a um dado tipo de estimulo. Os corpúsculos de Meissner, receptores para o tato discreto, são especialmente numerosos na camada superior da derme, mãos, pés, lábios e papilas mamarias e na membrana mucosa do ápice da língua; os discos de Merkel são encontrados em grande numero na camada epidérmica mais profunda da ponta dos dedos e nos órgãos terminais do pêlo; os corpúsculos de Pacini são receptores sensitivos muito grandes, de pressão profunda. São largamente distribuídos em áreas tais como as camadas profundas da pele e sob membranas mucosas e serosas; os bulbos terminais de Krause, encontrados na parte superior da derme, e órgãos terminais de Ruffini, encontrados profundamente na derme e outros tecidos conjuntivos, tem sido descritos como receptores de frio e calor, respectivamente. As fibras deferentes que inervam o fuso muscular são A-Ɣ. Essas fibras, os eferentes gama, controlam a sensibilidade do fuso muscular, que se adapta lentamente e não se extingue.
         Os aspectos estruturais, as tarefas a serem executadas e o ambiente em que as tarefas são executadas integram esses três sistemas; por exemplo, o sistema vestibular orienta, atua sobre a visão para não perdermos o foco pelo fato de a vista não estar estável com relação ao movimento da cabeça.

         Escrevendo a anatomia cerebelar (neuroanatomia) e explicando a importância do cerebelo no controle do movimento.
         O cerebelo ocupa a fossa craniana posterior. Está separado dos hemisférios cerebrais pela tenda do cerebelo. E oval na forma, com uma constrição central e porções laterais expandidas. A porção central constritada e chamada de vermis e as porções laterais, os hemisférios. O cerebelo parece com o telencéfalo em estrutura, com a substância cinzenta formando uma camada de córtex colocada sobre a superfície, de preferência centralmente localizada. O corte do cerebelo revela duas estruturas de dobras e fissuras delineadas pela substância branca, denominada arbor vitae (arvore da vida). O cerebelo divide-se em lóbulos por fissuras profundas e distintas, que incluem o anterior, o posterior e o floculomodular. Os lóbulos anterior e posterior estão relacionados com a função do equilíbrio. O cerebelo está conectado por vias aferentes e eferentes com todas as outras partes do SNC. Em geral, auxilia grandemente o córtex motor dos hemisférios cerebrais na integração do movimento voluntário.            
         O cerebelo funciona, em parte, por comparar (inconscientemente) impulsos sensitivos (de proprioceptores fornecendo informações sobre a ação de músculos esqueléticos, receptores na orelha interna, detectando mudanças na posição e velocidade de rotação da cabeça, e receptores para o tato, visão e audição) a impulsos do córtex motor e então mandar sinais inibidores ao córtex motor, que promove a atividade motora coordenada e suave. Os impulsos principais para o cerebelo provenientes dos receptores do tato na pele e proprioceptores, que percebem a atividade muscular, vêm do trato espinocerebelar dorsal, que surge a partir do núcleo de Clarke, localizado na região torácica ou lombar superior da medula espinhal; vem também do trato espinocerebelar ventral; vem, ainda, da via da coluna dorsal, situada no bulbo. O impulso sensitivo para o cerebelo não vem somente através das vias de vários receptores antes mencionados, mas também de áreas somestésicas, visuais, auditivas e de equilíbrio, do córtex cerebral.

         Escrevendo a teoria do processamento de informação e dando exemplos (dentro da teoria). Dicas: Teoria ecológica – 1ª teoria – diz que o controle do movimento está baseado onde o ser humano está inserido. Não podemos separar o movimento em si do que estamos tentando alcançar. Sensação – precede a percepção; podemos sentir sem perceber. Diferente de percepção – é um ato consciente e tem significado para o sistema nervoso; existe comparação de informações. O individuo, ao identificar o estímulo, vai ao pré-processamento, depois ao processamento (seleção da resposta) até a ação (resposta). Comparação: sistema de comunicação – sistema nervoso (*). No treinamento: ajustamos os parâmetros de erro através de feedback no sistema; para termos performance: diminuímos o erro até acertarmos. O treinamento modula a ação motora: eficiência; aspectos psicológicos hostis exercem poder, isto é, criam obstrução na recuperação da informação para gerar resposta.
         (*) O sistema de comunicação é determinado não só pelo estímulo, que é a informação que os indivíduos recebem para processar, mas em conjunto com a detecção desse estímulo pelo indivíduo. Uma vez havendo interação estímulo – ser humano, ocorre a interação ser humano – resposta, através do sistema nervoso, com a participação dos sistemas sensoriais e motores que, dependendo da existência ou não de uma experiência prévia e com a ajuda da memória, ocorrerá a escolha da resposta.

         Descrevendo a teoria do programa motor e contextualizando memória dentro dessa teoria. Dicas: quando temos que treinar para condicionar, a informação está no sistema nervoso central. Irá se recuperar eficientemente ou não se estivermos bem a condição do trabalho. (*) Associar o componente de memória. Memória ~ aprendizado: onde estão os programas motores etc. Primeira teoria – armazenamos gestos: são incorporados através de pequenos programas motores que são armazenados não se sabe onde. Segunda teoria – arquivamos programas motores diferentes para o mesmo movimento, mas não se sabe como arquivamos. Terceira teoria - não se sabe como é codificado. Esses três pontos transformaram a teoria em hipótese.
         A teoria do programa motor é descrita através do questionamento do controle de todos os graus de liberdade para movimentos rápidos em duração, quando produzidos em ambientes estáveis e condições previsíveis, uma vez que pré-planejamos o movimento. Além disso, o fato de não haver um controle consciente do movimento simplesmente se dá porque a quantidade de combinações de movimentos musculares e articulares é muito grande. Então, nesse caso, não há feedback e não há capacidade de identificar possíveis erros ou corrigi-los, isto é, como a ação é rápida, não há tempo de processarmos informação sobre erros de movimento.
         Existem três tipos de memória: armazenagem sensorial de curto prazo, memória de curto prazo e memória de longo prazo. Um programa motor elaborado com séries longas de comportamento, quando aprendido, é armazenado na memória de longo prazo, podendo ser “solicitado” a qualquer momento para execução. Foi conceituado que o aprendizado das habilidades de um determinado movimento é processado como programa motor na memória de curto prazo e posteriormente transferida para memória de longo prazo, que é um sistema de memória que retém informação e experiência com duração ilimitada.


         Primeiros estágios da doença de Alzheimer: o paciente só tem memória de procedimento (memória em longo prazo).
         Programa motor – retenção de informações a partir de movimentos. O programa motor nunca foi detectado no sistema nervoso (não há uma região especifica no cérebro); e uma hipótese, uma analogia a maquina (computador). Porem, qual seria o tamanho do nosso “HD” para armazenar uma imensidão de movimentos e gestos que executamos inumeras vezes e duferentes uns dos outros? A relação entre partes do sistema nervoso e bem mais dinamica e delicada do que se imaginava (áreas de integração etc.).
         Cinestesia, somestesia, propriocepção – sub-sistemas do sistema somato-sensorial.
         A tarefa motora tem como parte importante o ensino explicito (e também o implícito); antigamente era mais fácil preparar o atleta  porque era maior a demanda cognitiva; hoje o processo de profissionalização dificulta o ensino, porque a cognição dos atletas atuais e menos trabalhada (porque muitos não tem escolaridade).
         Memoria motora – e arquivada de longa duração (memoria de procedimentos).
         Associamos fatos com eventos.
         Potencial evocado – estímulo a um indivíduo para evocar uma resposta dele (de identificação de um objeto em relação a um evento).

         Descrevendo controle, automatismo e contrastando os dois.

sábado, 27 de julho de 2013

A CULTURA - O Processo de Humanização

A CULTURA - O Processo de Humanização

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando - introdução à Filosofia. 2ª ed. São Paulo, Moderna, 1995, p. 2 - 7

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Palavras chave: instinto, costumes, diferenças naturais.

O instinto é, notoriamente, existência de todo ser vivo, independentemente de sua complexidade. Mas, quando se trata de inteligência concreta, o instinto fica em segundo plano, se levarmos em consideração que pensamento e ação são etapas progressivas de um processo que tenha finalidade.
E são os costumes e a natureza de cada reino, família, gênero etc., que diferenciar-nos-á uns dos outros. É nesse momento que o homem se destaca, com sua linguagem exclusiva baseada em símbolos, razão pela qual enigmaticamente tem considerável domínio sobre os demais seres vivos. As diferenças naturais podem ser diminuídas, mas nunca anuladas, uma vez que esses fatores anteriormente citados tem uma significância demasiadamente grande nas diversas sociedades do planeta.

Ação instintiva

A ação instintiva é regida por leis biológicas, idênticas na espécie e invariáveis de indivíduo para indivíduo.
O psicólogo Paul Guillaume explica que um ato inato não precisa surgir desde o início da vida, pois muitas vezes aparece apenas mais tarde, no decorrer do desenvolvimento.
Na verdade os instintos são "cegos", ou seja, são uma atividade que ignora a atividade da própria ação.
O ato humano voluntário, em contrapartida, é consciente da finalidade, isto é, o ato existe antes como pensamento, como uma possibilidade, e a execução é o resultado da escolha dos meios necessários para atingir os fins propostos.
Nos níveis mais altos da escala zoológica, como os mamíferos, por exemplo, as ações deixam de ser exclusivamente resultado de reflexos e instintos e apresentam uma plasticidade maior, característica dos atos inteligentes. Ao contrário da rigidez dos instintos, a resposta ao problema, ou à situação nova para os quais não há uma programação biológica, é uma resposta inteligente, e como tal, é improvisada, pessoal e criativa.
A inteligência distingue-se  do instinto por sua flexibilidade, já que as respostas são diferentes conforme a situação e também por variarem de animal para animal.

A linguagem

O homem é um ser que fala. A palavra se encontra no limiar do universo humano, pois caracteriza fundamentalmente o homem e o distingue do animal.
Poderíamos dizer que os animais também tem linguagem. Mas a natureza dessa comunicação não se compara à revolução que a linguagem humana provoca na relação do homem com o mundo.
A diferença entre a linguagem humana e a do animal está no fato de que esse não conhece o símbolo, mas somente o índice. O índice está relacionado de forma fixa e única com a coisa a que se refere.
Assim, a linguagem animal visa à adaptação à situação concreta, enquanto a linguagem humana intervem  como uma forma abstrata que distancia o homem da experiência vivida, tornando-se capaz de reorganizá-la numa outra totalidade lhe dar novo sentido.
Se o contato que o homem tem com o mundo é intermediado pelo símbolo, a cultura é o conjunto de símbolos elaborados por um povo em um determinado tempo e lugar.

A comunidade dos homens

Retomando o que foi dito até agora: o home é um ser que fala; é um ser que trabalha e, por meio do trabalho, transforma a natureza e a si mesmo.
Nada disso, porém, será completo se não enfatizarmos que a ação humana é uma ação coletiva. O trabalho é executado como tarefa soxial, e a palavra toma sentido pelo diálogo.
Todas as diferenças existentes no comportamento modelado em sociedade resultam da maneira pela qual os homens organizam as relações entre si, que possibilitam o estabelecimento de regras de conduta e dos fatores que nortearão a construção da vida social, econômica e política.
Entretanto, assim como a massificação pode ser decorrente da aceitação sem crítica dos valores impostos pelo grupo social, também é verdade que a vida autêntica só pode justamente o paradoxo de nossa existência social.
Portanto, a sociedade é a condição da alienação e da liberdade, é a condição para o homem se perder, mas também de se encontrar.

Considerações finais

Tendo em vista os preceitos existentes na sociedade humana, é aceitável afirmar que a amplitude de inteligência concreta/ abstrata é variável e sempre existirá. O poder humano de planejar e criar com finalidades específicas encerra uma liderança ímpar que controlará o mundo por ter um código genético em que possam existir semelhanças, mas nunca repetições.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Avaliação da Performance Humana (Cineantropometria)

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               Medidas e avaliação

            Importante: antes de ser iniciada a prática de qualquer atividade física ou atlético-esportiva, o atleta deve ser submetido a exame médico criterioso que esteja conforme sua aptidão física e orgânica (ergometria).
              Em casos de pessoas portadoras de limitação, os atestados devem conter o limite de esforços; médico e professor de Educação Física devem manter contato permanente para avaliação conjunta do estado evolutivo do paciente.
           Profissionais de Educação Física – realizam testes para medir e/ou avaliar aptidão física;
           Médicos – realizam testes com objetivo de diagnosticar possível existência de manifestações patológicas durante o esforço.
            Medida – é o resultado obtido a partir da aplicação de um teste. Deve ser registrada e expressa numericamente.
             Avaliação – termo complexo que envolve julgamento e tomadas de decisões no sentido de que objetivos sejam atingidos.

            Características do programa de testagem:

            - variáveis que serão testadas que sejam relevantes para atividade fim;
            - devem ser confiáveis (altos índices de validade, fidedignidade, objetividade);
            - os protocolos de testes têm que ser os mais específicos possíveis (esporte);
            - a realização dos testes tem que ser controlada com rigidez;
            - evitar qualquer tipo de discriminação (direitos humanos);
            - repetir os testes em intervalos regulares;
            - os resultados devem ser discutidos diretamente com o treinador (comissão técnica) e o atleta.

            Programa de testes e avaliação

            - pode custar caro e muito tempo, mas o importante é o retorno justificar o rendimento;
            - indicar pontos fracos e fortes dos atletas e fornecer informações básicas e precisas para elaboração de programas de treinamento;
            - fornecer informações a respeito do estado de saúde dos atletas já que o treinamento de alto nível provoca elevado desgaste físico e psico-emocional.
            - processo educacional pelo qual o atleta adquire a capacidade de compreender, interpretar e processar melhor as informações que lhe chegam (cognitivo, motor, psico-emocional e sensitivo).

            Avaliação isocinética

            Calcular média aritmética e desvio padrão (dispersão em relação à média): P = F x V (Potência; Força; Velocidade).
           
            Composição corporal

            Densidade corporal (De) – Pollock
            Fórmula:

            De ♀= 1,0994921 – 0,0009929 (X2) + 0,0000023 (X2)² - 0,0001392 (X2)
            De ♂= 1,109308 – 0,0008267 (X3) + 0,0000016 (X3)² - 0,0002574 (X6)

            X2 – somatório das dobras de: tríceps, subescapular e coxa (em mm);
            X3 – somatório das dobras de: peito, abdominal, coxa (em mm);
            X6 – idade (em anos).

            - G% (Siri) = [(4,95/ DC) – 4,5] x 100

-          G% (Faulknen) = [(∑ tri + ssc + Si + abd) x 0,153] + 5,783

            - Cálculo da massa óssea (Von Dobbeln):
            MO = 3,02 x (altura² x R x F x 400), com parêntese elevado a 0,712

            - Massa residual (Würch)
            MR = MCT (Massa Corporal Total) x 0,241 ♂

            - Massa gorda = G% x MCT/ 100

            - Massa muscular (derivada de Matiegra):
            MCT = MG + MO + MR + MM

            - Massa magra LBM = MCT - MG
           
            Mensuração de dobras cutâneas

            Traçar o local a ser medido com caneta dermatográfica.
            Tríceps (tri): parte posterior do braço, terço médio do úmero;
            Subescapular (ssc): embaixo da escápula (risco inclinado);
            Supra-ilíaca (Si): acima da crista ilíaca ântero-superior;
            Peitoral (peit): entre a prega axilar e o mamilo;
            Abdominal (abd): 2 cm ao lado do umbigo (risco horizontal ou vertical);
            Coxa (cx): terço médio da coxa, face anterior;
            Panturrilha (pant): terço médio da perna, parte medial-proximal.
            Os dedos devem puxar o local a 2 cm do risco e o compasso deve estar perpendicular ao risco feito na pele; deve-se olhar de cima (perpendicularmente) o resultado no compasso.

            Acidente ósseo

            Rádio (punho): localizar os processos estilóides (mais proeminentes);
            Úmero (cúbito): localizar epicôndilos lateral e medial;
            Fêmur (joelho): atrás do acidente ósseo.
           
            Com esses cálculos, pode-se calcular toda a composição corporal do indivíduo.

            Composição corporal de um aluno voluntário:

            Rádio: 4,9 mm;
            Úmero: 6,4 mm;
            Fêmur: 9,3 mm;

            Tri – 13 mm;
            Cx – 15,5 mm;
            Ssc – 10 mm;
            Peit – 6 mm (média-axilar = Max);
            Si – 14,5 mm;
            Pant – 16 mm;
            Abd – 25 mm.

            Densidade corporal:

            De = 1,072 g/ cm³
            G% = [(4,95/ 1,07) – 4,5] x 100, donde se conclui que: G% = 12,61 (Siri). Média: 12,41 G%
            G% = 12,22 % (por Faulknen)

            Massa óssea: MO = 2145,24
            Massa residual: MR = 13,25 kg
            Massa gorda: MG = 6,72 kg
            Massa muscular: Mmu = - 2110,21
            Massa magra: Mma = 48,28 kg

            Suplementação alimentar (Doutor Hélio Ventura)

            Não há um consenso em relação à sua definição; os anabolizantes esteróides são vistos como suplementos alimentares, mas não o são. Suplementos são compostos por vitaminas, minerais, ervas (sem tabaco), aminoácidos, ou a mistura de todos eles. São dietéticos (usados em dietas).
            Vitaminas e oxidantes – os riscos inerentes à suplementação vitamínicas são menores que os riscos da não utilização. Os antioxidantes (vit. C, E e beta-caroteno) são muito benéficos como suplementos.
            Coenzima Q10 – suplemento contra o stress oxidativo e contra os radicais livres que passam pelo músculo (no ciclo QEC); diminui as chances de lesão.
            Os suplementos alimentares produzem benefícios em trabalhos de longa duração, mas são indiferentes em atletas bem nutridos.
            Derivados protéicos – a suplementação ideal de RDA’s é de 7g de RDA’s/ kg de peso, mais proteínas suplementares. A necessidade ótima de proteínas é acima disso. 17 ou 18g de RDA’s / kg de peso é mais adequado. O atleta necessita mais de proteínas que o sedentário. Porém, o excesso de proteínas (mais que 4g/ kg/ dia) não apresenta efeitos colaterais.
            Whein Protein – derivado da albumina do soro do leite e é usado também em doenças (câncer, AIDS, hepatite), sistema imunológico e perda de massa seca. É absorvida muito rapidamente.
            Aminoácidos livres – os resultados não são satisfatórios, apesar de nosso corpo (adulto) absorver monopeptídeos mais facilmente que di ou tripeptídeos. Whein e caseinato são pouco quebrados.
            Misturas de aminoácidos ou proteínas hidrolizadas – a utilização de um grupo ou outro é mais interessante.
            L-carnitina – é transformada em acetil-l-carnitina e transporta ácidos graxos (cadeias de 12 a 18 carbonos) através das membranas, mas 9 em cada 10 não apresentam benefícios de emagrecimento. Porém, a L-carnitina diminui a dor e o número de lesões musculares nos exercícios excêntricos, além de proteger o músculo cardíaco; tem efeitos na insuficiência cardíaca. Sua utilização corriqueira não tem efeito.
            BCAA’s – após exercício estafante, principalmente a leucina participa na produção de energia.
            HMB (hidroxi-metil-butirto) – fim do metabolismo da leucina no músculo: proporciona mais força e resistência, diminuindo os riscos de lesão num ciclo de treinamento.
            Creatina – apesar de haver afirmações de que a creatina desestabiliza o sarcômero e facilita lesões musculares, ela apresenta grandes resultados como o aumento da performance, que só é mantida durante a suplementação; porém, um maior nível de força é mantido após essa suplementação. Foram levantadas questões em que a creatina pode causar doping ou não, quando comparados os exercícios de força e os exercícios anaeróbios aláticos de repetição, nas doses de 5g/ dia por mais de 20 dias. Na Natação, ela começa a produzir efeito no 5º dia de suplementação. Esse tripeptídeo também retarda a fadiga. Não deve ser usada em jovens abaixo de 18 anos devido às lesões de tendões e músculos. Três colheres de gelatina branca contêm 10 aa e podem fazer a substituição. A creatina usada também em doenças neurológicas e lesão de tecido nervoso.
            Repositores hidroeletrolíticos – a reidratação com água pura é mais perigosa que a utilização desses hidratantes que, apesar disso, apresentam grandes riscos na ingestão inadequada. Quando sentimos sede, é porque já passamos do ponto em que teríamos que beber água. Esses líquidos de reposição (compostos por carboidratos, sais minerais, proteínas, glicose) propiciam benefícios de adaptação ao exercício.
            Protídeos devem ser bem dosados, pois o metabólito creatinina é tóxica para o fígado e para o pâncreas.
            Glutamina – previne stress em overtrainning

            MULHER (referência composição corporal)

            Idade – 20 a 24 anos;
            Altura – 1,64;
            Peso – 56,7 kg;
            Gordura total – 15,3 (27%);
            Gordura armazenada – 8,5 kg (15%)
            Gordura essencial – 6,8 kg (12%);
            Músculo – 20,4 kg (36%);
            Osso – 6,8 kg (12%);
            Massa residual – 14,2 kg (25%);
            Peso mínimo – 48,2 kg.       

            TESTE DE COOPER (corrida de 12 min.)
VOLTAS               tempo 1       tempo real 1       tempo 2     tempo real 2
            (distância: 246 m)  
           

            1                             1’12”           72”                     1’14”          74”
           
            2                              2’31”           79”                     3’39”          70”

            3                              3’55”           84”                    4’45”          66”

            4                             5’21”           86”                      6’02”         77”

            5                              6’50”           89”                     7’25”          83”

            6                             8’15”           85”                     8’42”          77”

            7                             9’44”            103”                   10’04”        52”

            8                             11’15”         77”                     11’26”          82”

            9                                                                            12’00”         30”

 CORRIDA 1                         CORRIDA 2











            TESTE DE LACTATO

            Aluno voluntário

·         Steady state (estado de equilíbrio): freqüência cardíaca estável.
            __ Paradas para medir o lactato.

1 volta = 246 m.
Lactato repouso – 2 mmol/ L;
5 min – 10 km/h – 3,1 mmol/L;
5min – 12 km/h – 3,9 mmol/L;
5 min – 14 km/h – 6,7 mmol/L;

Exemplo: Vm → ∆S/ ∆t = 10 km/h = 246 m/ x = 2,8 m/ s = 246 m/ x
                                   Vm  → x = 246/ 2,8= 88 s


O limiar anaeróbio é o ponto de tangência (momento íngreme da curva). Essa brusca modificação está na faixa de 4 mmo/L de lactato.
                        3,9 – 4 mmol/L – 12,0 – 12,2 km/h.
                        A freqüência cardíaca está entre 158 e 162 bpm em velocidade de 12 km/h.
                        Teste de impulsão vertical (jumptest) – 43 cm/ 43 cm/ 47 cm (Gisele Matos Ferreira)
                        Shuttle run – distância entre os bastões – 9,14 m;
                        Teste de corrida sinuosa – distância entre os cones: 3,60 m; 2,50 m; 2,50m; 2,50m.
                        Fazer cada um três vezes e considerar o maior valor.

                        Correlação

                        R= ∑ xy/ n – (Xx) (Xy)/desvio padrão x ∙ desvio padrão y

                        Xx = 54,7
                        Xy = 58,75
                        Dp x = +- 7,48
                        Dp y = +- 5,57
                        Xy = 32.166

                        D = √ ∑ (x¹ - x)² + (x² - x)² + .../ n

                        R= 0,07. Conclusão: não há uma correlação entre quem salta bem e sua massa magra.


Conclusão: é uma correlação baixa – a impulsão vertical não tem muita relação com o Shuttle Run.












Atividade Física para Crianças

(Para vídeoaulas, acesse o canal no Youtube - ainda está em construção, estou me dedicando neste trabalho para ajudar os queridos estudantes de Educação Física - inscrevam-se, acessem: https://www.youtube.com/channel/UCWE7XF2apsn3woTq5mNSjug?view_as=subscriber)

            Alguns aspectos da história da infância no Brasil

            Na Europa (principalmente França e Itália):
          Phillipe Áries escreveu um livro chamado “A história social da infância e da família”, que dizia que na Alta Idade Média (séc. X a XII) as condições de vida eram as piores possíveis. Não havia segurança. As pessoas morriam muito cedo. Morriam e nasciam muitas crianças. As pessoas se juntavam pela necessidade de sobrevivência (forma de sociabilidade). O termo “criança” surge. Muito tempo depois, surge “bebê”. Antes disso, chamavam-se “filhote do homem” (numa relação de distanciamento, porque podiam morrer a qualquer momento). Demorou a surgir a noção de relação sujeira-morte, sujeira-peste. Os árabes ajudaram muito a construir essa noção.
            Passado o período crítico (0 a 2 ou 3 anos), se a criança sobrevivesse, “entrava na vida” (falando, andando, pedindo comida, água...) e já era um sujeito, ainda filhote, porém que já sabia se virar.
            As famílias viviam juntas num só cômodo, numa espécie de sobrado sobre as “loggias”. Não havia privacidade, apesar de existir a intimidade. Na hora de se recolher, as crianças não tinham casa certa  para dormir. A vida era mais comunitária. Isso foi acabando no momento em que surgiu a burguesia e mudanças começaram a ocorrer na forma de sociabilidade. O burguês queria o lucro só para ele. Criou-se o “pronome possessivo” com essa nova camada na sociedade, que trouxe consigo riquezas. A forma das casas se modificou (surgiram cômodos com funções definidas). A privacidade surge, surgindo também um olhar diferenciado (e privilegiado) da sociedade sobre as crianças (principalmente os filhos dos burgueses). Acaba a promiscuidade e surgem as primeiras escolas (para os burgueses homens). Só havia ricos e servos. A família era chamada de “família nuclear burguesa” (patriarcal): pai, mãe e filhos. Hoje está mudando; uma família não tem necessariamente essa constituição.
           
            No Brasil:
            Mary Del Priore escreveu um livro chamado “A história das crianças no Brasil”, onde contava sobre pobreza x marginalidade x trabalho (herança européia).
            Em 1530, os colonizadores portugueses trouxeram crianças de Portugal que trabalhavam nas grandes embarcações.
            A Marinha da Coroa Portuguesa contratava meninos pobres portugueses (a partir de 8 anos) para trabalharem. A Marinha pagava uma parte do soldo à família da criança e assim podiam ascender socialmente. As meninas serviam aos colonizadores (se não tivessem pai, eram seqüestradas da mãe).
            Grumetes – posição mais baixa na hierarquia do navio e estavam sujeitos a todo tipo de abuso e violência. Comiam restos de comida e até ratos.
            Pajens – posição um pouco superior, mas também eram abusados sexualmente pelo capitão e outros oficiais (eram recrutados nas camadas médias, dos oficiais). Entravam com o objetivo de ascender socialmente.
            Órfãs del rey (órfãs do rei) – algumas mulheres que entravam no navio e eram obrigadas a se converter (mas também podiam ser estupradas no navio). As crianças tinham que trabalhar para não virarem bandidos.
            Crianças escravas – muitas morriam por maus tratos, pois não se conhecia o jeito de cuidá-las e eram retiradas do peito para que os filhos dos nobres pudessem ser amamentados.
            Não existia um modelo de infância, de criança, nem um ideal de infância, uma infância única.

            Modelos de famílias (os dois extremos):

            1º modelo de família
            Pai – executivo
            Mãe – empresária
            Residência – Alto Leblon
            Criança – 1º filho
            Nome – Pedro, Tiago, João Vitor...

            2º modelo de família
            Pai – catador de papel
            Mãe – catadora de lata
            Residência – Borel
            Criança – 5º filho
            Nome – Washington, Wesley, Marks Uelbi...

            Conjuntos de oportunidades diferentes determinam a formação de crianças diferentes. Somos formados de genes, oportunidades e experiências. Somos formados por uma parte biológica (os genes) e uma cultural (oportunidades e experiências).
            Os tratamentos dados ao 1º e ao 2º filho são diferentes, porque os pais mudam com o tempo. Então, cada criança é uma criança, porque as expectativas também são diferentes.
            Existe uma condição social de ser criança; ao recebermos uma turma de crianças, devemos investigar quanto tempo ela passa na escola, se ela vai à escola, quais são suas responsabilidades, quando vai à escola...
            1º modelo de criança – a criança é educada para manter a posição que ocupa; não tem tempo para brincar;
            2º modelo de criança – a criança é educada para não ser conformada com a posição que ocupa; tempo de brincar é comprometido por outras responsabilidades.
            É fundamental que a criança brinque, pois é a forma dela compreender o mundo que vivemos e falar da sua vida.
            As crianças precisam entender os limites, do que podem ou não fazer.
            Henri Wallon explica o que somos a partir do nosso primeiro contato (com a mãe ou quem a substitui).
            Em suas obras, incorpora os elementos contradição e conflito.
            Foi contemporâneo de Piaget e Vygotsky.
            Diz que o desenvolvimento incorpora idas e vindas; uma criança que vive onde há escadas aprenderá a subi-las antes de uma que vive onde não há. A criança está relacionada ao ambiente que ela vive, não está solta. O desenvolvimento, portanto, não é linear. É um estudo da criança contextualizada (referida ao ambiente em que ela está inserida).
            Psicogênese (processos psíquicos; origem) – Walloniana; psicogenética Walloniana – origem dos processos psíquicos para Wallon.
            No processo de desenvolvimento, existem fatores sociais (dos quais precisamos para nos tornar humanos, porque não nascemos humanos; precisamos do “alimento cultural”) e biológicos.
            Segundo Wallon, a criança não pode ser comparada ao adulto (adulto em miniatura). Ela tem sua forma própria de compreender o mundo: através das brincadeiras. As crianças têm sua peculiaridade.
            A seqüência de aquisições (sentar, engatinhar, andar etc.) acontece mais ou menos ao mesmo tempo em todas as crianças porque são fatores biológicos.
            Fatores socioculturais: algumas crianças não engatinham; se não for posta no chão, ela não aprenderá.
            Atividades infantis divididas em campos funcionais: afetividade/ emoção; movimento; cognição-inteligência/ razão.
            Os campos funcionais se manifestam no desenvolvimento.
            Contexto de desenvolvimento (cultura): linguagem, pessoas próximas, aspectos físicos do espaço, aspectos culturais.

            Estágios do desenvolvimento infantil

            1º estágio – relação estabelecida: o bebê e o outro (o choro estabelece um diálogo tônico, segundo Wallon). Aos três meses já ajustou a emissão do choro de forma que a mãe entende o motivo (fome, dor, fralda suja, manha...); e o choro emocional (veio do choro visceral, porque emoção e visceral, tem um fundamento orgânico). Estágio da impulsividade motora, estado impulsivo emocional.
            Estágio emocional – é ele que dá início ao processo de humanização (para estabelecermos relações). O “bebê é um ser social” porque ele se comunica (uma das formas e o choro, emite uma mensagem) e recebe mensagens (quando a mãe responde ao choro com algum cuidado); outra forma é o movimento. Predominância funcional: emoção.
            O primeiro choro – o bebê, quando nasce, começa a sentir coisas que nunca sentiu.
            Estágio visceral – fome: fica hiper tenso. Para Wallon, fica hiper tônico (estado desagradável no sentido de aumento da tensão muscular). Ele chora na tentativa de aliviar essa tensão. O primeiro choro e fisiológico, visceral (hipotonia – relaxamento, estado agradável).
            Sincretismo – o bebê tem uma visão sincrética, isto é, não consegue ver o todo (a criança até uns 5 anos também). Vê o mesmo filme várias vezes, de forma retalhada.   
            2º estágio - após três meses, até aproximadamente seis meses. Sensório-motor (quando está mamando, pode parar para olhar se algo o distrai). Relação estabelecida: o bebê e o mundo que o cerca (começa a agir no espaço próximo). Predominância funcional: cognição.
            Primeira característica (duas etapas: I - o olhar segue a mão; II - após várias interações, a mão passa a seguir o olhar; percebe que tem algo fora dele, que ele pode tocar. Deve-se colocar o bebê no chão para ele achar pontos de apoio e rastejar, pois ele precisa) – atividade circular (cadeia de ação e reação e precisão: ajuste de um movimento que vai sendo construído – começa de um movimento fortuito). São domínios sensórios-motores também.
            Segunda característica – bipartição (porque as mãos têm movimentações diferentes), diferencial do movimento.
            3º estágio – projetivo. Característica: a criança utiliza “palavra-frase”. “O ato mental projeta-se em atos motores”. H. W. Relação estabelecida: o bebê e o mundo (de quando começa a falar ou andar até mais ou menos o 1º ano de vida). O aspecto físico do espaço se modifica para o bebê, porque ele está crescendo e já anda. Predominância funcional: cognição.
            4º estágio – do personalismo (crise dos três anos): aproximadamente 1 a 3 anos. O uso do “eu” (no início ele estava tão misturado ao ambiente que, se ouvisse um barulho, não sabia se vinha dele ou do ambiente); uso do “não” (afirma a sua identidade negando); manha, pirraça (manipulação: seduz o ambiente também para se afirmar). Imitação – assume outras personalidades para consolidar sua auto-afirmação: “brincadeira emocional”. Se a criança cair e se machucar, não se deve distraí-la; deve-se deixá-la viver o sentimento, a experiência da dor. Deve-se dizer “não” para que a criança possa se organizar (em sua formação). Se espernear, deve-se “cortar” a platéia, mandando-a para o quarto. Relação estabelecida: o bebê com ele mesmo. Predominância funcional: emoção (diferente da emoção do primeiro estágio); emoção contagiosa (porque, se não fosse assim, a raça humana não teria sobrevivido). A escola serve para ampliar as relações sociais.
            5º estágio – categorial (mais ou menos 7 anos). Marca a entrada da criança na escola; a criança aprende a classificar, separar, categorizar (exigências da escola). Relação estabelecida: a criança com o mundo. Predominância funcional: cognição.
            6º estágio – adolescência. Referência: os outros amigos; forma mais elaborada de percepção (a forma que ela vê o mundo se modifica). O quarto estágio influencia o sexto. Também deve receber “nãos”. Relação estabelecida: o adolescente e o outro. Predominância funcional: emoção.
            A predominância funcional em cada um dos estágios se alterna, mostrando que tudo esta incorporado. Crises emocionais: 1º, 4º e 6º estágios.
            

            Contribuição de Lev Semenovich Vygotsky, Lúria e Leontiev formaram a “troika” (carrinho de três rodas); Lúria trabalhava com neuroplasticidade e teve a idéia. “O conhecimento se da de fora para dentro”. Vygotsky, assim, se aproxima de Wallon (construtivismo: o conhecimento é construído pelo sujeito que tem relações sociais). Uma criança que tem limitações (insegurança) nos movimentos corporais indica que pode ter alguma limitação psíquica, também.
            Funções psíquicas superiores (sociais)/ (elementares).
            Nos diferenciam dos animais (características humanas): controle consciente do comportamento (os seres humanos são os únicos que controlam conscientemente seu comportamento); atenção voluntária; memória (está relacionada ao situar-se no tempo; pensa no passado, percebe o presente e planeja o futuro); pensamento abstrato, raciocínio dedutivo e capacidade de planejamento (estão ligados à memória; o “combustível” do cérebro são as palavras e as imagens). O homem tem capacidade de simbolizar.
            Para ajudar o cérebro a continuar funcionando na velhice: destro escovar os dentes/ os cabelos com a mão esquerda e vice-versa; trabalho intelectual; palavras cruzadas etc. O importante é estimular o cérebro com coisas que não estamos acostumados a fazer.
           
            Psicologia genética de Vygotsky
            Funções psíquicas surgem da interação de fatores psicológicos e culturais. A atividade humana é mediada por signos e símbolos. Exemplo: movimento e cognição – melhor atividade: corrida de orientação.
            Cultura corporal do movimento: - acervo de formas de representação do mundo que o homem tem produzido no decorrer da História, exteriorizadas pela expressão corporal: jogos, danças, lutas, exercícios ginásticos, esporte, malabarismo, contorcionismo, mímica etc., que podem ser identificadas como formas de representação de realidades vividas pelo homem, historicamente criadas e culturalmente desenvolvidas.
            Cultura corporal e cidadania – o acesso é direito de todos; - metodologia de ensino que aponta para o desenvolvimento da autonomia, da cooperação, da participação social, da afirmação de valores e princípios democráticos; - os objetivos gerais do ensino fundamental estão intimamente relacionados aos objetivos gerais da Educação Física nesse nível.
            Processo de ensino e aprendizagem – independentemente do conteúdo escolhido, os processos de ensino e aprendizagem devem considerar as características dos alunos em todas as suas dimensões: cognitiva, corporal, afetiva, ética, estética, de relação interpessoal, de inserção social.
            Sociabilização (inserção no meio social) diferente de socialização (forma comunal de governo – socialista – tem a ver com partilhar, dividir).
            Educação Física escolar: objeto de estudo – desenvolvimento da aptidão física (cultural/ corporal). É uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de atividades corporais expressivas tais como: jogo, esporte, dança, ginástica e lutas, formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal. Objetivos – desenvolver o sujeito em diversificadas práticas físicas de natureza lúdica; favorecer o exercício não constrangedor de atividade que tenham sentido para a criança: adaptação ao meio ou produção de performances, relacionar-se com os outros, opor-se aos outros, buscar objetivos comuns no seio de um grupo; oferecer oportunidades mais amplas de reflexão sobre como gerir sua vida num mundo em transformação; saber posicionar-se em relação ao mundo físico/ humano; desenvolver seus potenciais criativos; aceitar a idéia de se arriscar para transformar (a si mesmo); conceber e executar projetos individualmente ou em grupo; salvaguardar sua integridade.
-         Fundamentos biológicos como base da educação do homem forte, ágil, apto, empreendedor; manutenção do status quo (situação atual); valorização da obediência, do respeito as normas e a hierarquia; pedagogia tradicional; tendência biologicista; aptidão física; máximo rendimento.

            Atividade física para crianças – estruturas motoras de base: coordenação motora; equilíbrio; lateralidade; organização espaçotemporal; esquema corporal; conhecimento, controle e manejo do corpo e habilidades motoras básicas. Coordenação motora ampla – grandes grupamentos musculares (integra todo o corpo); coordenação motora especifica – movimentos específicos, pequenos músculos; equilíbrio – manutenção do corpo em uma posição durante um tempo determinado (estático, dinâmico ou recuperado); dominância lateral – dominância de um lado do corpo em relação ao outro ao nível de forca e precisão (lateralidade); estruturação espacial – tomada de consciência do seu corpo em um meio ambiente, isto e, do lugar e da orientação que pode ter em relação as coisas e as pessoas; orientação temporal – capacidade de perceber e trabalhar com conceitos temporais (velocidade, duração, sucessão e ritmo).

           
            Objetivo do trabalho com crianças
            Conhecer, controlar e manejar – até 4 meses de idade: proporcionar ao bebe diferentes situações que contribuam para a transição da movimentação reflexa a uma forma mais voluntária. Pegar o bebe no colo, niná-lo, massageá-lo, falar com ele, cantar, responder aos seus sorrisos e resmungos, observar suas reações a estimulação (desenvolvimento neurológico).
            De 4 a 6-7 meses – estimular o engatinhar independente e a posição sentada, que o bebê deve dominar sem apoio por volta dos 6-7 meses. Iniciar gradativamente os movimentos de manipulação e de coordenação motora fina e viso-motora. Sentar o bebê no chão com apoio de almofadões para que se acostume a posição sentada, colocar o bebe em decúbito frontal, no colo ou em superfície dura, com as pernas dependuradas e fazer cócegas suavemente para estimular a musculatura dorsal (estimulo com relação ao mundo físico).
            De 7-8 meses a 1 ano – estimular o bebe a ficar de pe sem apoio. Nesta fase, o bebe pode apresentar as primeiras formas de locomoção independente. Como, por exemplo, tem-se o engatinhar, resultado da interação dos movimentos de rastejar e das habilidades necessárias ao sentar. Deixar a criança brincar livremente com diversos objetos, deixá-la descalça para que experimente diferentes texturas do solo; os brinquedos cantados são importantes nessa fase pois conjugam musica e movimentos coordenados e podem ser auxiliares no momento de nomear as diferentes partes do corpo.
            De 1 a 2 anos – desenvolver maior precisão no controle dos movimentos de manipulação simples e de andar. A principal característica dessa faixa etária e o domínio do andar, mas outras ações motoras podem começar a ser desenvolvidas: subir, descer, saltar, cair, lançar, receber. Nessa fase a criança amplia significativamente a descoberta e a conquista do mundo a sua volta, pela possibilidade de integrar os movimentos dos membros superiores e inferiores. Desse modo, andar, subir, descer, aproximar-se, afastar-se, manipular objetos e outras ações motoras ganham novos contornos e nuances.
            De 2 a 3 anos – tudo é novidade. Estimular a criança para que desenvolva diferentes possibilidades de exploração dos movimentos relacionados ao controle do corpo. Essa fase marca experiências de movimentos que pretendem aumentar o controle corporal. Tais experiências estão associadas ao andar, marchar, correr, lançar, receber, subir, descer, saltar, cair e as demais habilidades motoras básicas. Também atividades que comportem pequenos problemas e desafios para as crianças resolverem (ex.: brincadeira de estatua).
            De 3 a 4 anos – consolidação dos movimentos. Estimular a criança para que atinja o estagio elementar de execução das habilidades motoras básicas. Nessa fase, a criança pode apresentar um melhor domínio corporal, o que lhe permite uma intensa exploração do ambiente e dos objetos, a descoberta de outros movimentos e a diversificação das habilidades motoras adquiridas.
            De 4 a 5 anos – utilizar as habilidades motoras de formas diferentes. Encontra-se a criança no estagio elementar de execução dos movimentos básicos fundamentais. Devem-se planejar atividades que envolvem novas combinações de movimentos de modo a possibilitar sua integração. Fazer “circuitinhos”, fazer a criança desenhar o que aconteceu nas brincadeiras como forma de registrar o vivido e expressá-lo por outro meio.
            De 5 a 6 anos – jogos com regras simples, aumentando sua complexidade de modo que as crianças possam ampliar suas condições de entendê-las. Tornar mais complexas as combinações dos movimentos básicos fundamentais. O registro das atividades deve ser continuamente estimulado. Organizar e integrar as habilidades motoras fundamentais, sobretudo aquelas culturalmente determinadas (danças populares, folclóricas e jogos pré-desportivos). Nessa fase, as crianças atingem um estagio mais maduro de execução das ações motoras.
            De 6 a 7 anos – os objetivos não diferem do período anterior. Deve-se lançar mão de todos os recursos, de modo a tornar sua situação o mais rica e diversificada possível, a fim de criar e agir nas  zonas de desenvolvimento proximal de seus alunos (o que há para conhecer, o que há para saber: o que esta no “horizonte”).


                       A criança é um ser pensante;
                      devemos respeitá-la e compreendê-la
                      a partir daquilo que ela representa
                       e não a partir daquilo que lhe falta.

                 O professor deve envolver seus alunos em trabalhos coletivos e em atividades que permitam a auto-avaliação e a autocrítica.