sábado, 2 de julho de 2011

Táticas de Futsal

(Para vídeoaulas, acesse o canal no Youtube - ainda está em construção, estou me dedicando neste trabalho para ajudar os queridos estudantes de Educação Física - inscrevam-se, acessem: https://www.youtube.com/channel/UCWE7XF2apsn3woTq5mNSjug?view_as=subscriber)


 CONSIDERAÇÕES GERAIS


TÁTICA:

É mutável, definindo uma gama de estratégias previamente elaboradas, aplicadas de acordo as condições que envolvem a partida.

No futsal, também pode ser entendida como um conjunto de manobras ofensivas e defensivas realizadas por uma equipe durante a mesma partida.

Fatores que podem influenciar a tática a ser utilizada:
Ø             adversário.
Ø             condição técnica, física e psicológica.
Ø            situações ocorridas durante a partida.
Ø             dimensões da quadra.
Ø             regras.
Ø             regulamento da competição.
Ø            sistema de jogo.

Dentro da nomenclatura básica do futsal  é importante diferenciar sistema de tática de jogo. Para Voser(2003), sistema é a ¨maneira de distribuir os jogadores na quadra, ou simplesmente o posicionamento dos jogadores¨. Sendo a tática, ¨movimentações dos jogadores dentro de um determinado sistema¨. Ziles(1987) define sistema como o modo de distribuir os jogadores em campo e tática a arte de combinar ações individuais dos jogadores nas suas diferentes posições, para se obter o máximo de rendimento no decorrer da partida.  Segundo Apolo(1995), sistema é a colocação dos atletas na quadra de maneira  que se consiga anular as manobras  ofensivas do adversário e ludibriar, com manobras combinadas, também o defesa do oponente. Ainda o mesmo autor, define tática como a forma organizada de aplicar um determinado sistema com o objetivo de combinar o jogo de ataque e defesa.

                   AS DIFERENTES POSIÇÕES NO FUTSAL


Antes de abordar outros aspectos em relação à tática do futsal, é importante que se conheça as diferentes posições de seus atletas, o seu posicionamento inicial de atuação e suas diferentes funções dentro do jogo; mesmo reconhecendo que, nos dias de hoje, o atleta de futsal precisa ter características universais (atuar em qualquer setor da quadra e cumprir diversas funções).
É fundamental para a formação de uma equipe o conhecimento das características de seus atletas em relação as diferentes posições, que são:

n         Goleiro:
-          saber defender debaixo da meta, ter um excelente arremesso e jogar com a bola nos pés (principalmente nos fundamentos passe e chute). Pode-se, muitas vezes, ter goleiros com características diferentes: um que saiba atuar bem como um elemento de linha e outro mais eficiente sob o gol.
-          possuir liderança e equilíbrio emocional.
-          em relação a qualidades físicas deve ter, principalmente: agilidade, tempo de movimento (braços e pernas) e força explosiva(membros superiores e inferiores).
n         Fixo ou Beque:
-          tem basicamente função defensiva, porém deve possuir mobilidade e saber também, no momento exato, participar de manobras ofensivas (organizando e também finalizando a meta).
-          pode-se ter também dois beques na equipe, cada qual com características mais marcantes(ofensivas ou defensivas).
-          ter qualidade no passe, saber marcar, possuir sentido de cobertura, excelente desarme e  poder de recuperação.
n         Alas:
-          são os principais responsáveis pela construção das jogadas.Normalmente, são os atletas com melhores qualidades técnicas da equipe, principalmente nos elementos passe e drible (o que facilita os aspectos ofensivos). No entanto, devem possuir um bom sentido de recuperação e cobertura.
-          em  relação as qualidades físicas devem possuir, entre outras: agilidade e velocidade.
-          em  determinadas circunstâncias táticas é importante possuir alas que saibam trabalhar com a perna esquerda.
n         Pivô:
-          principal responsável pelas jogadas na quadra ofensiva (distribuição e finalização),  além de abrir espaços para alas e beque.
-          precisa ter boa recepção e excelente chute, ser criativo, saber jogar de costas para o gol adversário e girar para os dois lados.
-          pode-se ter pivôs com características distintas: o chamado pivô de referência e o pivô de movimentação.
-          Em relação a qualidades físicas: agilidade, velocidade e força (pivô de referência).

A partir do conhecimento das características dos atletas de uma equipe é que se pode estabelecer o método de treinamento, a tática a ser empreendida, as diferentes manobras a serem ensaiadas e realizadas e o sistema de jogo a ser utilizado. Apesar disso, muitas vezes é precipitado definir quais virtudes ou qualidades os jogadores devem reunir para jogar nas diferentes posições. Logo, a sugestão é a de que se construa na iniciação, dos sete aos doze anos, e na especialização, a partir dos treze, catorze anos, o conhecimento de jogar nas diferentes posições. Ainda que um jogador se adapte melhor a uma determinada posição, percebe-se como adequado o fato de o professor e o técnico estimularem a passagem deste por todas as posições. Isto ampliará no iniciante e no jogador experiente a possibilidade de jogar e atenderá a demanda do futsal moderno que, entre outras coisas, exige taticamente qualidades variadas dos seus praticantes.


A EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS BÁSICOS DE JOGO NO FUTSAL

µ SISTEMAS :

Þ    É o posicionamento básico, a forma de distribuir os atletas dentro da quadra de jogo.
Þ     Apesar de o futsal ser caracterizado por princípios de ataque e defesa, a formação de um sistema é definida, normalmente, quando uma equipe está de posse de bola e apta a realizar manobras ofensivas a partir de sistemas básicos ofensivos. No momento em que uma equipe é atacada, em determinadas circunstâncias, fica descaracterizado o sistema básico utilizado pela mesma, pois o posicionamento da equipe passa a estar intimamente ligado as ações adversárias. .
Þ   Os diferentes posicionamentos defensivos estão voltados a para as diferentes ações de ataque adversário; para impedir isto utiliza-se as chamadas manobras defensivas, que basicamente consistem em como marcar (tipos de marcação) e onde marcar (zonas ou linhas de marcação).
Þ  Após analisar as características individuais de seus atletas, cabe ao técnico aplicar o sistema de jogo mais adequado. Sistemas, esquemas ou padrões de jogo têm que ser adaptados ao potencial que os atletas possuem, assim seus desempenhos e qualidades não sofrerão interferências nem precisarão de adaptações.
Þ  É importante lembrar que a dinâmica do futsal é muito complexa e a troca de funções entre os jogadores é constante, pela exigência de uma intensa movimentação. As equipes costumam modificar seu sistema dentro de uma mesma partida, em virtude de possível ineficiência diante do sistema utilizado pelo adversário ou de características do mesmo.

µ OS SISTEMAS BÁSICOS DE JOGO:

Þ   2.2
§         Sistema mais antigo no futsal (década de 50).
§         Consiste em ter, basicamente, dois atletas na quadra defensiva e dois na quadra ofensiva.
§         Mais indicado para a iniciação tática, por ser de fácil assimilação. No entanto, dependendo das circunstâncias, ainda é utilizado durante uma partida, independentemente do nível da equipe.
§          Pode ainda apresentar algumas variações em termos de posicionamento básico: em caixote, em  “L”, em ‘Y’ ou em “B”.

Þ  2.1.1
§         Como indica os números tem-se dois atletas posicionados na quadra defensiva, um no meio da quadra e outro na quadra ofensiva.
§         Pode ser entendido como uma variação do sistema 2.2.No entanto, vale ressaltar que, quando o atleta posicionado no meio da quadra retorna para a quadra defensiva fica caracterizado o sistema 3.1.
§         Por ser de simples execução é também indicado para as categorias de base menores.
§         Nos dias de hoje é muito utilizado em lances de saída do arremesso de meta ou do goleiro.

Þ  1.2.1
§         Consiste em ter um atleta posicionado mais defensivamente e centralizado (beque), dois atletas nas laterais da quadra (alas) e um no ataque (pivô).
§         Possui pouca movimentação ofensiva (cada ala atua somente pelo seu lado (com a função de atacar e defender) e beque e pivô jogam mais fixos), no entanto serviu de base para o atual sistema 3.1.
§         Nos dias de hoje, também pode ser utilizado em lances de saída de bola com o goleiro (no arremesso de meta ou não). 

Þ  3.1
§         Sistema mais utilizado no futsal.
§         Devido a sua distribuição dentro da quadra de jogo (três atletas posicionados na quadra defensiva e um na ofensiva) pode-se atacar e defender sempre com três elementos, o que proporciona um excelente balanço ofensivo-defensivo. Além disso, dentro dessa disposição de atletas, existem possibilidades múltiplas de manobras e jogadas ensaiadas.
§         Desse sistema surgiram as manobras ofensivas chamadas rodízio de três (pela frente ou por trás / ala ou diagonal) e rodízio de quatro (pelas alas ou pelo meio).
§         As desvantagens desse sistema são: uma movimentação constante de difícil sincronismo e execução, o que proporciona  um grande desgaste físico e a necessidade de um bom nível técnico por parte dos atletas.
Þ  4.0

§         Considerado o sistema de jogo mais atual.
§         Necessita de grandes espaços para ser executado. Com isto, é utilizado de forma mais eficaz em quadras com dimensões maiores(a cobertura por parte do adversário fica mais difícil).
§         Quatro atletas ficam posicionados em seu campo defensivo (em linha), esperando o momento certo para infiltrações na quadra de ataque, aproveitando o espaço deixado pelo adversário.
§         Necessita de atletas hábeis e de grande movimentação.
§         Vantagens: utilizado quando a equipe esta em vantagem no marcador (fortalece o sistema defensivo e propicia condições de uma saída rápida de contra-ataques). Desvantagens: limita a possibilidade de “roubar” a bola próximo do gol adversário, o que favorece a uma finalização imediata, proporciona espaços para a armação de jogadas do adversário e favorece os chutes de longa distância do mesmo. Além disso, pode se criar hábitos defensivos na equipe.


SISTEMAS ALTERNATIVOS DE JOGO:

Þ  1.2.2 OU 3.2 OU 1.4

§         Semelhante ao 2.2, com a inclusão do goleiro na execução da jogada, permitindo um posicionamento de ataque com 5 atletas.
§         Muito utilizado quando uma equipe está em desvantagem no marcador.Muitas vezes, o goleiro é substituído por um atleta de linha.
§         Utiliza-se 1 atleta no centro da quadra organizando as jogadas (se for o goleiro, é importante que seja um bom passador e finalizador) e quatro atletas na quadra adversária.
§         Vantagens: superioridade numérica em relação ao adversário e manutenção da posse de bola.Desvantagens: desgaste físico e emocional do goleiro e defesa vulnerável.

Þ        1.3

§         Nos dias de hoje não é muito utilizado em função da possibilidade do goleiro atuar como um elemento de linha. É usado  quando uma equipe estiver em desvantagem no marcador. Porém, em função dos riscos, somente deve ser aplicado nos momentos finais da partida.
§         Através de uma jogada individual, um atleta (dotado de uma excelente técnica de drible) deverá chegar próximo do gol adversário. Os três atletas restantes posicionam-se no ataque para que o companheiro que esta de posse de bola tenha espaços para a realização da jogada (normalmente o drible em uma situação de jogo de 1x1).
§         Atualmente é pouco utilizado em função da possibilidade do goleiro atuar como elemento de linha, auxiliando o ataque.


TÁTICAS OFENSIVAS E DEFENSIVAS NO FUTSAL


            O futsal é uma modalidade classificada de Esporte Coletivo ou Jogo Desportivo Coletivo por possuir as seis invariantes atribuídas a esta categoria e enunciadas por Bayer (1994): uma bola ou implemento similar, um espaço de jogo, adversários, parceiros, um alvo a atacar e outro para defender e regras específicas (MORATO, 2004).
            Para Bayer (1994), estas invariantes são similares em algumas modalidades de esportes coletivos como: o futebol, o basquetebol, o handebol entre outras. Para o mesmo autor, além destas invariantes, as modalidades apresentam princípios operacionais divididos em:

- Princípios de Ataque: conservação da posse de bola, progressão em direção ao alvo adversário e a finalização buscando o gol ou o ponto.
- Princípios de Defesa: recuperação da bola, impedimento da progressão da equipe adversária e proteção do próprio alvo.
            De uma maneira geral os princípios de ataque e defesa no futsal refletem na preocupação de não permitir “a inferioridade numérica, evitar a igualdade numérica e procurar criar a superioridade numérica” (VOSER,2003).
            Esses princípios funcionam como uma referência para as equipes em relação a suas pretensões táticas.
Em um esporte coletivo é preciso saber jogar tanto mais sem a bola quanto com a posse dela. Sem a bola, o jogador precisa se movimentar em busca de espaços para ele próprio e para seus companheiros, principalmente para o companheiro que porta a bola, tornando-se opção de passe e procurando oportunidades de finalização. Na defesa, todos precisam estar sintonizados para fechar os espaços adversários, mas também estarem atentos para cobrir os espaços deixados pelos companheiros que falharam em sua função, pois a defesa, assim como o ataque é de missão coletiva (BALBINO, 2001).
Para o mesmo autor, o Jogo Desportivo Coletivo é um sistema que se auto-organiza constantemente dentro de um movimento cíclico de equilíbrio e desequilíbrio. Assim, os jogadores procuram estabelecer e privilegiar o padrão ofensivo ou defensivo de sua equipe, na contrapartida das ações de seus adversários, que se movimentam na mesma proporção, a fim de buscar o desequilíbrio das ações ofensivas e defensivas dos oponentes. Por isso, “os grandes jogadores dos esportes coletivos são aqueles que exibem a habilidade de jogar, também, sem a posse de bola (BALBINO, 2001).
A importância da tática para se obter a vitória em uma partida de futsal cresce quando encontramos equipes com as mesmas condições, principalmente de ordem física e técnica (não há duvida que representam um peso bastante significativo na eficácia do jogo) . No entanto, para Voser (2003), a tática hoje representa um fator integrador e simultaneamente condicionador de todos os outros (técnica e parte física).


µ                  TÁTICAS OFENSIVAS 

Atacar no futsal se caracteriza pelo o momento em que uma equipe recupera e procura manter a posse de bola, tentando chegar na meta adversária para consignar um gol. Atualmente, poderia-se dizer que a tarefa de atacar se tornou mais simples em função das modificações ocorridas na regra do jogo(em 1990, a FIFA  passou a organizar o futsal e promoveu importantes mudanças). No entanto, a evolução física e tática dos jogadores contribuiu para a diminuição dos espaços dentro da quadra de jogo. Com isso,  diferentes estratégias ofensivas devem ser trabalhadas no treinamento e utilizadas nos jogos com a intenção de marcar gols.
Para se atacar eficazmente, Jackson e Delehanty apud Voser(2003) citam sete princípios do basquetebol que podem ser aplicados no futsal:
- O ataque tem que penetrar na defesa;
- O ataque tem que ser jogado na quadra toda;
- O ataque tem que ter espaço adequado;
- O ataque tem que dar um propósito ao jogador e a bola;
- O ataque tem que oferecer uma boa posição de rebote e bom equilíbrio defensivos, em todos os arremessos;
- O ataque tem que dar ao jogador que esta com a bola a oportunidade de passá-la a qualquer de seus colegas.
Outro autor, Santana(2006), diz que as atitudes táticas elementares para um bom ataque são:
            Fugir do campo visual do adversário: significa desmarcar-se para receber a bola. Isso exigirá do atacante a atitude de passar da linha de marcação do defensor, de modo a deixá-lo em dúvida ("O que mantenho no meu campo visual: a bola ou o atacante?"); a induzi-lo para algum lugar "falso" (enganá-lo). Lembre-se: em futsal, por conta do espaço reduzido, ninguém pode jogar parado. É preciso criar as chamadas linhas de passe.
            Acelerar o passe: significa imprimir velocidade à bola. Lembre-se: a velocidade do passe, associada à atitude de fugir do campo  visual  do  marcador, tendem a  desequilibrar  a  defesa  adversária. Evidentemente      que    o      passe deve  ser, além de veloz, preciso.
            Passar a bola para o espaço: significa passar a bola à frente do companheiro (no espaço vazio) para que este a encontre. Mas atenção: isso exigirá de quem recebe a atitude de se projetar no espaço! Lembre-se: lançar a bola para o vazio (nas costas do marcador) faz com que se ganhe uma vantagem territorial importante para se progredir no espaço e para se finalizar contra a meta adversária.
            Investir no jogo direto: significa procurar um jogo de finalização, de chutes contra a meta adversária, vertical. As ações anteriores tendem a facilitar o jogo direto (pois facilitarão a posse da bola e a progressão na quadra!) e evitar o chamado jogo indireto, burocrático. Porém atenção: o jogo direto exclui a idéia de se buscar o gol de "qualquer jeito", apressadamente e de forma desorganizada.

Ø      MANOBRAS OFENSIVAS

Manobras são “ações individuais ou coletivas, aplicadas nos diferentes sistemas de jogo”(LUCENA, 2001).
As diferentes manobras ou movimentações ofensivas no futsal ocorrem quando uma equipe está com a posse de bola e, geralmente, são originadas a partir de um sistema de jogo ou do chamado padrão de jogo ou de movimentação. Atualmente, a maioria dos treinadores buscam trabalhar nas suas equipes uma “mecânica de jogo (padrão de movimentação) que possibilite a partir desta, uma série de alternativas para que se possa ludibriar o sistema defensivo da equipe adversária”(VOSER, 2003).

Ø      MECÂNICA DE JOGO = PADRÃO DE MOVIMENTO = PADRÃO DE JOGO.

-          Movimentações repetitivas que uma equipe executa, com a posse de bola, dentro de cada sistema de jogo. (COSTA, 2001)
-          A partir destas, cria-se uma série de manobras para tentar superar o sistema defensivo do adversário.
-            Um padrão de jogo bem organizado faz com que a equipe mantenha a posse de bola. No entanto, é necessário um tempo grande de treinamento para executar essa mecânica com eficiência.
-          Principais objetivos:
·         Melhor posicionamento dos atletas para execução de uma manobra ensaiada;
·         Manter a troca de passes em determinadas zonas da quadra com segurança, sem perder a posse de bola;
·         Deslocamentos em zonas da quadra que permitam um equilíbrio ofensivo e defensivo;
·         Abrir espaços na quadra para uma possível infiltração;
·         Possibilitar, através das diferentes movimentações uma saída da marcação adversária.

PADRÕES BÁSICOS:
·         Padrão Circular ou Redondo:  é caracterizado pela movimentação circular dos atletas (sentido horário ou anti-horário). Muito utilizado para tirar da defesa um bom marcador e posicionar na quadra adversária um atleta com deficiências na marcação.
·         Padrão Rotativo: tem como base o sistema 3.1(com rodízio de três (por trás ou pela frente) ou quatro (pelas alas ou pelo meio)).
·         Padrão 1.2.2 com o goleiro: consiste na troca de passes entre os atletas de linha e o goleiro. É indicado para se obter superioridade numérica diante do adversário ou para manter a posse de bola.

Ø      MANOBRAS OFENSIVAS BÁSICAS
São considerados movimentos ofensivos dinâmicos básicos:
Þ                       Paralela: trajetória da bola ou do atleta paralela à linha lateral da quadra de jogo;
Þ                       Diagonal: bola ou atleta(ou ambos) realizam um deslocamento diagonal e relação as linhas laterais da quadra;
Þ                       Ginga ou Vai e volta: o atleta passa a bola para o companheiro, desloca-se como fosse progredir para frente com a intenção de receber  a mesma e retorna ao lugar de origem;
Þ                       Troca de direção: antes de correr em um determinado sentido, deve ameaçar para o sentido contrário;
Þ                       Rodízio de 3(pelas alas(por trás) ou diagonal(pela frente): beque e alas realizam trocas de posições;
Þ                       Rodízio de 4(pelas alas ou pelo meio: beque, alas e pivô realizam trocas de posições);
Þ                       Triângulos ofensivos: um atleta de posse de bola e pelo menos dois dando a opção para o passe;
Þ                       Bloqueio: atleta sem a bola bloqueia o adversário para facilitar a movimentação do companheiro;
Þ                       Bloqueio móvel: após realizar o bloqueio, o atleta se apresenta para receber a bola do seu companheiro, sendo mais uma opção de jogada.
Þ                       Contra-ataque: saída rápida da defesa para o ataque. Sempre que recuperar a posse de bola, a equipe deve avançar rapidamente para tentar obter vantagem numérica antes que a defesa adversária se recupere.Pode ser direto(goleiro-atleta de linha/atleta de linha avança diretamente ao gol após recuperar a posse de bola) ou indireto(após recuperar a posse de bola há troca de passes até a conclusão a gol);
Þ                       Com o goleiro: através de arremesso de jogo ou de meta;
Þ                       Manobras ou jogadas ensaiadas: pré-estabelecidas pelo técnico com o objetivo de chegar ao gol adversário com mais facilidade.
Algumas situações de caráter ofensivo também podem ser trabalhadas no treinamento para uma posterior aplicação eficaz nos jogos, como por exemplo, a expulsão temporária de um jogador e faltas sem barreira(treinar com diferentes atletas e diversos setores da quadra de jogo .

Diferentes movimentações ofensivas podem ocorrer, além de forma dinâmica, também de maneira estática (as chamadas jogadas de bola parada). As principais delas são:
Þ                       Tiro de saída;
Þ                       Tiro lateral;
Þ                       Tiro de canto;
Þ                       Faltas;
Þ                       Tiro livres indiretos ou diretos.

Para Santana(2006),os objetivos dos sistemas ofensivos de jogo, ou seja, de se posicionar para jogar ofensivamente, são: facilitar tanto o jogo coletivo(a troca de passes, a ocupação de espaços, o equilíbrio defensivo quando da perda da bola) como  a construção e execução de manobras(as chamadas jogadas ou movimentações ofensivas) e ter uma forma organizada de atacar  (o chamado padrão de jogo).


µ                  TÁTICAS DEFENSIVAS

Para Ferreti(2006), historicamente, a cada novidade ofensiva surge uma ação defensiva para tentar neutralizar ou minimizar a iniciativa dos ataques. Isto, segundo o autor sugere um predomínio das defesas em relação aos ataques na maior parte do jogo.
A afirmação de que o melhor ataque começa por uma boa defesa é positiva, segundo Voser(2003), à medida que as principais situações ofensivas derivam de um erro do adversário e de bolas roubadas na marcação, originando assim um perigoso contra ataque.  Para ressaltar a importância dos contra-ataques no jogo, Rezer(2004) aponta que, na Liga Futsal 2004, os gols foram assinalados da seguinte forma:

Segundo Santana(2006), as atitudes básicas para defender são:
      Marcar, sempre que possível, atrás da linha da bola: significa que se deve respeitar a linha da bola. Esta é uma linha imaginária que passa sobre a bola em sentido perpendicular à quadra (de uma lateral à outra). Lembre-se: quem está atrás da linha da bola ocupa espaços preciosos, que seriam ocupados pelo adversário.
      Manter o adversário no campo visual: para tanto quem marca deverá optar em acompanhar o adversário e não em manter o olhar na bola. Evidentemente que se for possível manter ambos (bola e adversário) no campo visual, melhor.Mas isso nem sempre acontecerá. Lembre-se: quem faz o gol é o jogador adversário, logo, ele é quem deve ser marcado.
      Retorno defensivo: significa que os jogadores devem voltar para defender, ocupando a meia-quadra de defesa antes do adversário. Lembre-se: o retorno defensivo agrupa os jogadores e estes podem proteger a meta.
      Realizar coberturas: significa que se deve prestar atenção a quem se marca, mas também nos outros jogadores adversários; quem marca deve estar disponível para abandonar o seu marcador quando necessário. Lembre-se: os jogadores, quando defendem, devem ajudar uns aos outros.


Ø       MANOBRAS DEFENSIVAS

Uma manobra defensiva pode ser entendida como a disposição ou movimentação dos jogadores, individualmente ou coletivamente, dentro da quadra de jogo com a intenção de impedir ações ofensivas dos adversários, contra sua própria meta. As movimentações defensivas individuais devem ser trabalhadas quando exercitamos o elemento da técnica individual marcação. As manobras defensivas podem ser realizadas de forma dinâmica(bola em jogo) ou estática(marcação em faltas, tiros de canto, tiros laterais e bola de saída).
Para auxiliar nos movimentos defensivos individuais, ratificando as atitudes básicas para defender enumeradas  acima por Santana(2006), o atleta deve considerar alguns aspectos como:
         Pressionar o adversário de posse de bola, a fim de diminuir espaços para este jogar;
         A atenção maior deve estar sobre o adversário e não a bola(no entanto, sempre que possível, jogador e bola devem estar sempre no campo visual);
         Oferecer ao adversário as alas nunca o centro da quadra. Deve existir sempre a preocupação de “fechar o meio da quadra”.
         Abordar o adversário somente equilibrado e, em determinadas circunstâncias, manter uma pequena distância para não ser driblado com facilidade, poder acompanhá-lo na seqüência de uma jogada e evitar bloqueios.
         Estudar o oponente para detectar pontos fortes e fracos.
         Posicionar-se sempre atrás da linha da bola.
         Não se posicionar em linha, sempre em diagonal(importante para realizar coberturas e o fechamento do meio da quadra).
         Executar, no momento adequado, as chamadas dobras de marcação( as dobras de marcação acontecem quando dois atletas impõem, de forma simultânea, a marcação ao adversário que tem a posse de bola).

Ø          SISTEMAS DE DEFESA
         É o posicionamento em que nossa equipe dentro da quadra de jogo, quando estiver sem a posse de bola. Este posicionamento, de movimentações defensivas coletivas, está relacionado a TIPOS DE MARCAÇÃO e LINHAS DE MARCAÇÃO.

TIPOS DE MARCAÇÃO

1)                     Marcação Individual ou Homem a Homem.
            Tipo de marcação onde cada jogador acompanha o seu oponente por toda a quadra de jogo. Muito utilizada na iniciação por ser de fácil assimilação, porém requer um ótimo condicionamento físico para sua execução. Pode ser utilizada contra equipes de pouca condição técnica com a intenção de recuperar rapidamente a posse de bola e usufruir desta melhor qualidade, porém pode comprometer o sistema de cobertura defensiva caso um atleta da equipe executante da marcação seja driblado.
Segundo Morato(2004):
Pontos Positivos:
·        Diminui a opção do passe, forçando o erro adversário;
·        Maior desgaste físico dos adversários pela necessidade de maior movimentação em busca de espaços;
·        Dificulta o chute de longa distância;
·        Reduz o tempo de posse de bola do adversário;
·        Diminui o tempo de reação do adversário para refletir sobre a jogada.


Pontos Negativos:
·        Grande desgaste físico dos defensores, proporcional à movimentação dos atacantes;
·        Abre o meio da quadra, facilitando lançamentos, infiltrações e "bolas nas costas";
·        Dá maiores possibilidades de vantagem numérica ao adversário, na ocorrência de um drible, dificultando a recuperação e a cobertura
2)    Marcação por Zona ou Setor.
                Neste tipo de marcação cada atleta ocupa uma determinada zona/setor, independente das movimentações dos adversários. Possui um grau de dificuldade maior na sua execução, pois  exige um melhor sincronismo por parte da equipe executante, por isso deverá ser intensamente treinado e orientado pelo técnico, sendo utilizada com cautela em equipes iniciantes. Facilita o sistema de cobertura defensiva, com cada atleta ocupando espaços programados e procurando não deixar o companheiro desprotegido.. A Marcação por zona  é caracterizada, principalmente, pelo posicionamento à meia-quadra,  sempre atrás da linha da bola; pelas constantes trocas de marcações; e pela espera do erro adversário para roubar a bola e contra-atacar. Na maioria das vezes, estes contra-ataques são perigosos, pois pegam a defesa adversária desestruturada - na transição do posicionamento ofensivo para o defensivo . Outra vantagem é  o menor desgaste físico.
Segundo Morato(2004):
Pontos Positivos:
·        Facilita a cobertura e a recuperação no caso do drible;
·        Menor desgaste físico dos defensores;
·        Proporciona perigosos contra-ataques;
·        Impossibilita as "bolas nas costas";
·        Fecha o meio de quadra .
Pontos Negativos:
·        Possibilita o chute de longa distância;
·        Aumenta o tempo de posse de bola do adversário;
·        Encobre parcialmente a visão do goleiro.
Existem, basicamente, os seguintes tipos de marcação por zona:
§    Losango: um atleta se posiciona mais a frente e outro mais defensivamente, ambos  centralizados.Entre eles, outros dois lateralmente.Pode ser utilizada para marcar o adversário que utiliza um sistema com a utilização do “goleiro-linha”.
§    Quadrado: dois atletas se posicionam, um ao lado do outro, mais à frente,  e dois mais defensivamente.Também utilizada para marcar o “goleiro-linha”.
§    Funil ou “Y”: neste esquema dois atletas se posicionam mais à frente, um mais centralizado, dando cobertura a estes, e outro mais defensivamente, como uma espécie de líbero.
§    Triângulo: recomendável quando uma equipe tem um atleta expulso e fica reduzida a três jogadores de linha.O triângulo pode ter um atleta posicionado mais à frente e outros dois mais atrás, forçando assim os adversários a chutarem de longa distância ou atacar pelas alas. O triângulo também pode ser invertido, com que dois atletas se posicionando mais à frente e um outro mais atrás, exercendo cobertura defensiva.    
Os diferentes tipos de marcação por zona podem ser exercidos em diferentes zonas ou linhas de marcação, isto vai depender da opção de estratégia a ser utilizada pelo técnico.

3)    Marcação Mista:
     Exige muita concentração e sincronismo na  movimentação dos atletas. É muito utilizada por equipes de alto nível. Neste tipo de marcação ocorre uma variação entre a marcação zona e a individual. Há uma troca de marcação em determinados setores da quadra.Proporciona pouco desgaste físico.
                    Voser(2003), ressalta  que existem  situações em que a defesa pode se comportar de maneira passiva ou ativa. Passiva quando quando o atleta  tem a atitude de não roubar a bola, apenas observa e cerca a movimentação do adversário. Contudo, na forma ativa, o objetivo é desarmar o mais rápido possível o adversário, pressionando sempre e induzindo este ao erro. Nas duas situações descritas, a atitude tomada pode acontecer tanto na quadra ofensiva quanto na defensiva.

LINHAS DE MARCAÇÃO

LINHA 1 – Marcação Pressão.

        Utiliza-se este tipo de marcação para impedir que a equipe adversária tenha condições de armar jogadas ofensivas, forçando o adversário ao erro. Os marcadores deverão ficar próximos aos oponentes. Este tipo de marcação poderá ser utilizada: quando a equipe adversária apresenta dificuldades de movimentação ofensiva (capacidade técnica e/ou tática inferior),contra equipes de pouca condição física , quando em desvantagem no placar ou o jogo está próximo ao fim. Diferentemente da marcação por zona, que espera o erro adversário para pressionar, a marcação pressão pressiona para forçar o erro, para não deixar o oponente jogar.
  Normalmente, cada jogador fica responsável por um adversário e o "persegue" por toda a quadra, pra onde quer que ele se desloque (marcação homem-a-homem). É importante esperar a reposição de bola do goleiro para depois avançar pressionando, pois o avanço prematuro facilitará o lançamento de bola do goleiro para um ala ou pivô diretamente.


LINHA 2 –Marcação Pressão Parcial ou Meia Pressão (10m Ataque).

É uma marcação parecida com a marcação pressão, porém os defensores não invadem a linha 1 (Ataque). Eles esperam os adversários na linha 2 encostando, seguindo e diminuindo o espaço dos atacantes a partir daí. Normalmente, cada defensor fica responsável por um adversário (marcação individual), mas, além disso, precisa fechar o meio  quando não estiver marcando o homem da bola .Somente o homem de posse da bola é pressionado. Isto diminui o desgaste físico dos defensores em relação à marcação pressão Esta marcação   deverá   ser   executada   com   precisão   no   adversário   de   posse   da   bola, impedindo-o   de    executar    o    passe,    ou    que    tenha    a    liberdade    de  “pensar”  e progredir   com   a   bola. Usa-se   este   tipo   de   marcação    contra   equipes mesmo nível   técnico     ou     quando     o    goleiro     adversário     possui    um     ótimo arremesso de bola com as mãos.

LINHA 3 – Marcação Meio de Quadra.

         O combate ao adversário acontece somente quando este se aproxima do meio da quadra. No entanto, pode-se executar uma “pressão no homem da bola”, quando este evoluir próximo à metade  da quadra, dificultando as jogadas nos espaços vazios. Facilita o contra-ataque e a cobertura. Geralmente é utilizada contra equipes de maior nível técnico, para garantir um resultado ou ainda contra equipes que estão utilizando o “goleiro linha”.


LINHA 4 – Marca na Quadra de Defesa ou Própria Quadra( 10m defesa).

        
Utiliza-se este tipo de marcação em quadras grandes e/ou quando a equipe adversária for do mesmo nível ou superior, utilizando os contra-ataques como arma. Normalmente utiliza-se a marcação por zona É também a utilizada quando a equipe não tem um bom condicionamento físico, estiver em desvantagem numérica ou o adversário usar um “goleiro-linha”.
         Obs.: todo o crédito deste texto é ao Professor José Veiga (UERJ), que cedeu este trabalho à turma de Licenciatura em Educação Física da Universidade do Estado do Rio de Janeiro para estudos do Futsal.

Um comentário:

Anônimo disse...

valeu esse site é muito bom me ajudou bastante parabens aos responsaveis