segunda-feira, 4 de julho de 2011

Introdução ao estudo da Corporeidade

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A Corporeidade ultrapassa os limites de integração corpo-mente. Sensações e impressões; ordem de estímulos através da vivência e da percepção motora. Percepção e entendimento através da liberdade de sensações, das linguagens do corpo e da memória então resgatadas (o corpo enquanto produto dos seus ascendentes e do que sua sociedade vive).
            “A humanidade se afasta do próprio corpo quando perde a ludicidade”.

            O que é a Corporeidade? É o estudo do corpo, que abrange desde os aspectos biológicos até os sociais. Organismo (anatomia, biologia) diferente de corpo (afetividade, sociedade). Educação Física = saúde + formação social.
           
            Linhas de atuação da corporeidade
            a) histórico – cultural: padrões corporais modificados pela sociedade (classes sociais);
            b) psíquico – simbólico: psicanálise/ Freud – histeria – o aparelho psíquico tem grande impo rtância na formação corporal;
            c) anatômico – funcional: estudo anatômico do organismo e técnicas desportivas.

            Anotações especiais
            Fiz uma atividade de relaxamento na horizontal - tônus em seu estado de tensão máxima. Minha percepção individual: alta sensibilidade à ação da força gravitacional e músculos dorsais muito contraídos (dificuldade de relaxamento).
            Tônus – semicontração muscular, que possibilita o encurtamento e o alongamento muscular. Tônus baixo: permite maior alongamento e flexibilidade articular; tônus alto: maior forca. Tensão mínima em que o corpo pode se encontrar, desde o período pós-embrionário, que recebe alta influência maternal/ paternal (hipotonia ou hipertonia).
            Linha média – linha imaginária que divide o corpo verticalmente em duas partes iguais.
            Eutonia – bom tônus.
            Na Musculação – hipertrofismo sem treinamento de flexibilidade (alongamento): comprometimento da circulação sanguínea e conseqüente disposição do indivíduo a hipertensão e diabetes.
           
            Estudo dos movimentos (atividade lúdica)

            Tarefas:
  • (em dupla) cada indivíduo inventa uma posição para o próximo imitar. Recepção: identificar os movimentos e sentimentos durante a execução da tarefa.
  • (em dupla) um de costas para o outro, colados, ambos tem que descer ao chão juntos; em seguida, um de cada vez apóia a cabeça e as costas sobre as do outro. Finaliza-se a tarefa ambos subindo juntos, seguindo a posição anterior.
  • (em grupo) uma roda é feita. Uma pessoa ficará no interior da roda (que deve se encontrar bem fechada), com os pés fixos no chão e o corpo mole, para que caia de um lado para o outro. Então, os que estão à volta a empurrarão com um toque, sem que a deixem cair;
  • (em grupo) uma pessoa é segurada pelas mãos, braços, pernas e pés pelos demais colegas, e tenta articular todo o corpo, dentro do que for possível.
  • é dada ao grupo a tarefa de criar movimentos novos e criativos, deslocando-se irregularmente. 
            Anotações especiais

            Fiz outra atividade de relaxamento na horizontal
            Minha percepção individual: diferente da aula anterior: paz e calma interior; percepção do funcionamento de cada sistema (circulatório, respiratório, digestório...).

            Endorfina é cada substância encefálica e que tem a capacidade de elevar o limiar de dor (é a morfina natural, endógena). É produzida durante a prática de exercícios físicos, geralmente sistemáticos, proporcionando ao corpo sensação de prazer, tornando-se, assim, uma substância viciosa. Isso justifica a inquietação, agonia e insatisfação em que um atleta se encontra quando em estado de sedentarismo.
            A concentração durante a prática de um exercício é essencial para que haja equilíbrio entre corpo e mente. A falta de concentração implica em resultados ineficientes.

            Atividade sobre pés
            “Batidinhas” nos ossos dos pés (com um objeto) para percutir e repercutir no seu interior, com o objetivo de causar vibrações e, conseqüentemente, um aquecimento dos ossos e músculos mais difíceis de serem alcançados em aquecimentos tradicionais, em virtude de serem menores; escovar a pele para que a mesma também se aqueça; massagem na sola dos pés, pisando em bolas de borracha; al ongamento dos pés e dedos (com flexão e extensão dos mesmos).

            Atividade sobre quadril
            Identificação do local e da estrutura óssea ilíaca, ísquia etc. Trabalho de movimentação desses ossos com objetivo de obter noção de volume do quadril.

            Sincinesia – são movimentos compulsórios oriundos da descoordenação do corpo.
            Diadococinesia – habilidade de executar dois ou mais movimentos de naturezas diferentes concomitantemente.
           
            Funções psicomotoras (um dos temas da corporeidade)

  • Esquema corporal – sensações que o corpo recebe do mundo externo (memória de organização corporal).
Interocepção: percepção interna; pode-se, com ela, identificar letra/ número grafado no corpo.
Propriocepção: grafoestesia, esterognosia (capacidade de identificar objetos através do tato). Pontos de apoio, percepção de alinhamento do corpo etc.
Esterocepção: percepção externa (sensorrecepção).
(Obs.: tanto interocepção quanto propriocepção e esterocepção refere-se a grafoestesia e a esterognosia.)
  • Imagem corporal – neurológica (esquema corporal), + afetiva + social (imagem corporal).
Psicanálise (teoria da imagem corporal de Lacan): “A criança nasce 'sem corpo, confusa', e não distingue o seu corpo com o da sua mãe; por isso, não tem imag em nem esquema corporal” (significante diferente de significado – um significante pode ter vários significados). Há uma relação simbiótica do filho com a mãe, até na comunicação.
Mais tarde, ocorre um corte natural nessa relação de simbiose, chamado castração; o filho começa a ganhar imagem corporal própria e começa a entrar na linguagem. Essa castração também é feita pela sociedade, no percurso da vida.
Tipos de imagem corporal – lúdicos, recreativos, imaginários, fantasias, memórias, expressivas.
  • Intersecção de imagem e esquema corporal: lateralidade – diadococinesia (capacidade de realizar movimentos diferentes e simultâneos).
  • Noção de espaço – organização espacial (espaço externo x espaço corporal). Autossomatognóstico: percepção das dimensões corporais; heterorreferencial: percepção das dimensões espaciais (trabalho com direções, níveis e planos). Direções (Lacan); níveis (Lacan): baixo, médio, alto; planos (Lacan): “cada corpo tem tendência a se organizar mais num determinado plano”. - organizações verticais (vôlei etc); horizontais (tênis etc); sagitais (arco e flecha, natação etc).
Espaço psiquicorrelacional: organização do corpo em relação ao mundo (espaço interno, kiner-esfera, espaço global).
Espaço interno – concentração, desconexão com o mundo externo; kiner-esfera – kiner = cine = movimento. Espaço intermediário, com objetivo de estimular a seleção das percepções espaciais; espaço global – conexão total com o espaço externo.
  • Noção de tempo – organização cinético-dinâmica de precisão (relacional): jogos e brincadeiras que testam o reflexo, a precisão; organização cinético-dinâmica subjetiva (fator tempo: rápido/ lento): tai chi chuan, brincadeiras de andar lento, rápido etc; organização métrica (musical): organização de movimentos dentro de um tempo determinado.
  • Equilibração (dinâmica ou estática): organização corporal com ajuste em relação à gravidade. A coluna vertebral é muito importante nesse processo. A equilibração tem relação direta com a organização afetiva. O córtex cerebral é o responsável pela organização do equilíbrio corporal, e trabalha na cognição e resolução dos conflitos afetivos.
  • Praxiação global (ou coordenação motora ampla: jogar futebol etc.) - grandes movimentos; praxiação fina (ou coordenação motora fina: tocar piano, digitar...): pequenos movimentos, tem três etapas:
a) aprendizagem global (movimentos corporais através de atividades);
b) analítica (somente um segmento corporal);
c) sintética (vários segmentos corporais associados).
  • Respiração – é um organizador do tônus e do movimento. A expiração é passiva; a inspiração é ativa. Uma respiração totalmente ativa alonga os músculos abdominais e ocasiona a expansão pulmonar. Exemplo: natação.

            Modelos de Corporeidade em Educação Física (como é visto o corpo e como é entendida a função da sua prática)

  • Modelo reducionista (higienista, militarista) – visão reducionista do corpo: é encarado pelo seu caráter anatômico-fisiológico, o corpo como uma máquina.
  • Modelo existencialista histórico (Marx) – práxis (fazer criativo, transformador) diferente de atividades (fazeres presos aos anteriores, não mudam). Infra-estrutura: forca de produção; relações de troca (igualitárias); superestrutura: política/ educação.
  • Modelo holístico – 'holos' = inteiro, total (Capra: físico). Vê o homem na sua totalidade. Incorpora na Educação Física Ioga, Tai chi chuan, Kung Fu... Mas busca o material histórico.

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